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terça-feira, 1 de junho de 2010

Fatos Ambientais – Uma Nova Visão Contábil

Lendo algumas notícias do Conselho Federal de Contabilidade, vi que está em trâmite a “Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Específica (NBC TE) – Interação da entidade com o ambiente”, que terá como objetivo a definição de conceitos e critérios para a contabilização dos fatos que traduzam a interação de uma entidade com o meio ambiente.

Acho esta uma das mais importantes inovações contábeis, uma vez que a Contabilidade, como uma ciência social, deve abranger todo e qualquer fato que envolva a entidade e o meio onde ele se insere e interage. Nos últimos tempos, vemos que o enfoque contábil está se restringindo a duas vertentes: harmonização e mensuração de ativos. Deveriam ser estas as únicas prioridades da discussão contábil atual?

Claro que a busca de um padrão internacional de informações financeiras é de grande importância para a inter-relação econômica global, de forma a dinamizar e reduzir os custos de assimetria entre as entidades envolvidas. Assim como também a definição da mais correta forma de mensuração de ativos, por seus valores justo, prezando sempre o subjetivismo responsável. Porém, acredito que estes sejam só alguns dos pontos que os contabilistas deveriam se preocupar.

As entidades interferem cada vez mais no ciclo vital do meio ambiente, provocando mudanças irreparáveis à natureza, e, nem por isso transmitem em seus relatórios financeiros o impacto que suas atividades operacionais geram ao sistema natural da terra. É visível a quantidade de catástrofes que vêem abalando a Sociedade e sabemos muito bem que isso não é resultado do “mau humor” da natureza, e sim dos danos causados pela própria sociedade.

Nós, contabilistas e financistas, temos a capacidade de traduzir nos resultados financeiros os custos ambientais gerados pela entidade, assim como também os Investimentos e receitas provenientes das ações de responsabilidade sócio-ambientais. Claro que ainda não dispomos de ferramentas concretas de mensuração, mas isto não seria empecilho, visto a quantidade já existente de ferramentas de mensuração contábil.

A Governança Corporativa, com alinhamento na Sarbannes-Oxley, o Mercado de Carbono e o Balanço Socioambiental são alguns dos exemplos de ferramentas criadas pelo mercado para tentar mostrar a preocupação das entidades com o meio ambiente. Mas, observando cada ferramenta dessas com um maior detalhamento, notamos que se restringem a meras “prestações de contas” à sociedade, não tendo nenhum impacto relevante em seus resultados e demonstrações financeiras.

Defendo a idéia de que deveríamos contabilizar no patrimônio de uma entidade todo e qualquer fato que atinja a natureza, sendo ele positivo ou negativo, ativo ou passivo, receita ou despesa. Partimos do seguinte exemplo: Já que contabilizamos uma mesa de madeira como imobilizado, por que não também contabilizar como ativo fixo a plantação de uma dúzia de árvores no pátio da entidade? Teria a mesa de madeira a capacidade de gerar maiores benefícios econômicos futuros do que uma área verde plantada, capaz de ajudar a diminuir o impacto do Aquecimento global e, assim, diminuir a chance de possíveis perdas ambientais?

Outro exemplo é a ampliação da abrangência da Contabilidade de Custos para o tratamento destas receitas, custos e despesas ambientais. A apropriação dos custos em um produto, mercadoria ou serviço não deveria só levar em consideração os materiais diretos, a mão-de-obra direta e os custos indiretos fixos e variáveis. Qualquer operação industrial ou comercial que colocasse em Risco ou provocasse o desgaste da terra deve receber a alocação de seu respectivo custo ambiental. Isto nada mais é do que a contabilização do Custo de oportunidade que a entidade teria se possuísse nesta mesma planta industrial uma área arborizada que fornecesse benefícios intangíveis à entidade e à Sociedade como um todo.

As entidades devem sempre pensar como um todo e transmitirem em seus resultados o quanto elas contribuíram para a preservação ambiental, mantendo, assim, a transparência frente aos investidores internos e externos. A avaliação de mercado de uma empresa deve levar em conta não só sua rentabilidade, sua taxa de retorno interna, seu EVA, ou seu coeficiente beta, mas sim, também, sua responsabilidade socioambiental.

Quem sabe não deveríamos aproveitar esta “onda” de harmonização contábil e, também, promover uma forma de “harmonização social” entre as empresas e a Sociedade em geral, através contabilização dos efeitos ambientais que as entidades geram. Fica aí um desafio para nós, contabilistas. Afinal, o desafio é uma das características de nossa profissão.


Autor: Eduardo Antônio Varela de Gois Filho

Capital humano, imprescindível a nova prática contábil



A cada ano vem se tornando ainda mais imprecisa e incalculável o valor que um profissional poderá trazer de benefícios e rendimentos a uma empresa. Fatos relevantes e determinantes tais como a globalização dos registros contábeis traz a nós contadores e administradores um grande desafio pela frente.

Com a internacionalização da contabilidade brasileira trazida com advento das leis 11.638/07 que trata de fatores contábeis e a recente lei 11.941/09 que nos relata os impactos fiscais dessa nova tendência, trouxe à tona a figura ainda mais importante do profissional contábil para encarar esse desafio que desde 1976 com a lei 6.404 não sofria tantos impactos na forma de mensurar seus elementos patrimoniais.

Com essa atual convergência internacional, a educação continuada perfaz de um importante passo para vencermos essa barreira mais que necessária ao mundo atual. A necessidade referida e tratada, não condiz com aquela que anteriormente à contabilidade trazia que era registrada e demonstrada para atender ao egrégio órgão da Receita Federal, trata-se hoje de algo mais tem estivo que é o atendimento entre outros usuários, os investidores e clientes que estão cada vez mais exigentes, todavia realizando a boa pratica contábil prevista na legislação como ponto crucial de sobrevivência ao mercado.

Na atual realidade brasileira pouco se tem visto que pequenas e médias empresas se movimentarem para se adequarem as novas normas contábeis em vigor, em destaque a aprovação da NBC T 19.41 aprovada pela resolução n° 1255 do CFC que trata de PME (pequenas e médias empresas). Em vista disso, muito se deve ao fato de muitos profissionais ainda não acordarem para nova realidade e o novo modelo de colaborador que o mercado esta exigindo.

Entretanto, cabe ressaltar que aqueles que buscam a reciclagem, novas metodologias de trabalho e atendem suas empresas adotando as novas regras exigentes, estará de alguma forma mais próxima do êxito empresarial nos negócios praticados.

Em decorrência das mudanças na legislação brasileira desencadeou em várias normatizações e pronunciamentos de grandes órgãos e autarquias, que buscam através destas orientar e demonstrar à boa técnica contábil aliada a grande Tendência mundial. Essa Tendência retrata os reais valores dos fatos e atos patrimoniais, trazendo uma valorização dos princípios contábeis adotados, mais relevantes do que até mesmo as normas contábeis, acima de tudo, haverá no profissional mais do que mudanças em legislação, é uma mudança de filosofia, postura e pensamento.

Em visto do que foi apresentado, a participação cada vez mais decisiva do Capital intelectual humano, um dos Ativos intangíveis mais complexos de mensuração e de relevância incalculável no que diz respeito à qualidade na gestão empresarial, que traz com as novas regras como ponto primordial a essência sobre a forma nas tratativas contábeis adotadas.


Autor: Frederico de Sousa Campos

Valorização do profissional contábil


No último dia 25 comemorou-se no Brasil o Dia do Contabilista com muito a comemorar, porém, infelizmente ainda batendo a porta do profissional à velha rival chamada “desvalorização profissional” que ainda assola a classe, e também a “inversão de papéis” que estes profissionais tem sofrido nos últimos tempos virando um “prestador de informações fiscais”, são tantas as obrigações acessórias impostas pelo fisco que o contabilista passou a dedicar grande parte de seu tempo, em função das mais diversas declarações, isto sem falar ainda das constantes intermitências dos servidores dos entes governamentais, que conseguem levar estes profissionais ao nível extremo de stress. E desta forma deixando a desejar nas orientações gerenciais das organizações.

Infelizmente parte da Sociedade ainda veem os profissionais contábeis como “meros escriturários” ou responsáveis pela resolução de problemas burocráticos, não sabendo que os profissionais contábeis passaram a estar constantemente atualizados, para oferecer a qualidade e a eficiência na elaboração das informações, procurando obedecer sempre o perfil dos usuários e suas necessidades e sobre tudo saber do seu valor e do valor de sua profissão, usando-se da ética como uma ferramenta fundamental no desempenho profissional.

É perceptível a preocupação do CRC/PR na conscientização sobre a importância e papel do contabilista no progresso da sociedade, no dia 25 de abril o CRC/PR divulgou junto aos jornais de grande circulação do Estado um folheto com as principais atribuições do contabilista procurando desta forma demonstrar a Sociedade sua importância e relevância, não apenas pela profissão que exerce mais pelo profissionalismo ético e moral que classe contábil exerce na busca por um país melhor, esperamos que este projeto ganhe mais força, e seja estendido aos demais Estados da federação também.


Autor: Rafael Cardoso de Lima